O desenho de Salvador Sanz é um espetáculo, mas Angela Della Morte não me empolgou. Não que tenha algo muito errado, mas faltou aquele a mais que leio em Noturno, por exemplo. Aliás, nada a ver, o Sanz disse numa mesa de debate que Noturno é sobre o sonho que nós todos temos de voar.
Adoro o desenho da Samanta Floor e acho o Diogo Cesar um excelente roteirista de narrativas no padrão clássico. Chance poderia virar um HQ dramática, de terror e até de super-herói, mas bem no fim é sobre pessoas fazendo más escolhas.
Pretendo fazer uma postagem regular por aqui, sobre as HQs que li no mês anterior. Se alguém se interessar em acompanhar, eu posto neste Tumblr (o Na Sarjeta) conforme leio. Nada de melhores do mês, como no UHQ (lista de que participo).
Eu reli o Apocalipse Nau (Nós), do Guazzelli (meu favorito de 2015) e ele continua a encher meu coração. Não vou falar muito porque vai ter textão no Balbúrdia daqui uns dias.
Gostei demais do Viva a revolução! (Veneta), do Crumb. É desse gibi que saiu umas das imagens (talvez as duas) usadas pelo MPL autorizadas pelo autor. É uma coletânea muito redonda e o texto introdutório do Rogério de Campos é ótimo.
Sou apaixonado pela obra do José Carlos Fernandes desde que li A pior banda do mundo (Devir). Quando descobri esse livro dele de 2004, Um catálogo de sonhos (Devir), já comprei sabendo que ia adorar. O clima onírico abençoado por uma narrativa borgiana garantem tudo. Fizeram um curta dessa HQ e este é o trailer.
Demorei muito pra conhecer esse personagem. Gostei tanto de Concreto – nas profundezas (HQM) que penso em importar o resto caso a HQM desista de publicar. Ele é um cara com poderes que não é nem um altruísta como os heróis da era de ouro e de prata, nem um rancoroso e violento anti-herói pós-Cavaleiro dastrevas/Watchmen. Concreto é um cara normal preso num corpo que lhe dá alguns poderes. Tudo isso saiu da cabeça do Paul Chadwick na metade dos anos 90.
A grande cruzada v.1 (Devaneio) é o primeiro lançamento de várias páginas do talentoso Theo Szczepanski. A arte é muito boa e aqui já começa um porém: a edição tinha de ser maior, pra dar mais visibilidade ao desenho. A trama é muito interessante e a costura disso com nossos dias é muito inteligente. Meus dois outros poréns são com a capa (sem desenho do Theo) e a fonte usada na maior parte da HQ, que podia ter sido mais bem pensada (a página acima é um exemplo do bom uso da fonte).
A Miss Marvel – Nada normal (Panini)é um bom gibi de super-herói, como os gibis de super deveriam ser, com aventura, humor e licenças ao mundo real. O a mais aqui é a protagonista ser muçulmana e viver nos EUA. Do meu ponto de vista de infiel do islã, a coisa parece respeitosa, mas não sei como um crente de Alá veria a HQ. Outra HQ de super-herói que achei bem boa por ser super, mas é fraca por ser Ellis, é Cavaleiro da lua (Panini). O que mais gostei é que o encadernado traz 6 HQs que são independentes entre si.
Em Groo vs Conan (Mythos) só fanfarronice com o encontro dos dois bárbaros que importam. Se você já leu um Groo, leu todos e apesar do Conan, o gibi é do Groo.
Quando a noite fecha os olhos e QueDeus te abandone (ambas do Sesi) são dois roteiros do André Diniz. No primeiro arte de Mario Cau; no segundo do Tainan Rocha. Nenhum dos dois me pegou muito, na verdade. O primeiro achei excessivamente dramático caindo em um apelo sentimental que não gosto, apesar de tratar de um tema fundamental de aceitação de orientação sexual e tudo. Já no Que Deus te abandone, eu não comprei o jogo da escolha moral que guia a trama, mas arte do Tainan é muito competente.
Voltamos aos super-heróis com os 4 volumes de Stormwatch (Panini). A arte é nojenta em metade das HQs, mas o roteiro do Ellis é a semente do começo das HQs de super da primeira década do século 21. Stormwatch gerou a Authority que gerou a Supremos que gerou à Marvel no cinema que gerou a DC no cinema que gerou aos gibis de linha de novo. Não tô falando que isso é bom, mas Stormwatch vale a leitura pra quem curte o gênero. Mesmo que na última parte o crossover WildCATS vs Aliens (!!!!) não tenha sido publicado o que presenteia os leitores com uma baita lacuna, do tipo: mas péra, eles morreram, como?
sexta-feira conversarei com Diego Gerlach, DW e Pedro Franz na Gibiteria, na praça Benedito Calixto. vai ter lançamento de Alvoroço, do Gerlach e do terceiro volume de Promessas de amor a desconhecidos enquanto espero o fim do mundo, do Pedro. o DW e eu vamos lá pra avacalhar, embora ele possa pelo menos falar sobre a HQ que está terminando.
sábado, às 11h30, estarei em uma mesa sobre quadrinhos infantis, no Mercado de Pulgas, com Cassius Medauar (JBC) e Paulo Maffia (Abril/Disney). o evento vai ser bem pertinho do metrô Vila Mariana.
pra quem não sabe, tumblr é um blogue ainda mais simplificado com suores de rede social.
como não me contenho, acabo incluindo algumas outras coisas, mas tenho feito força pra manter os textos mais curtos e pincelados. desse modo, este espaço aqui vai ter textos maiores enquanto lá vai umas pitadas dessas coisas. e pode ser que eu use coisas de lá como fonte pra algo aqui.
Blogue de tiras francês deveras divertido, sobre Luc Lemploy, do quadrinista François S.
Emploi, se traduzido do francês, é “emprego, trabalho”. Com a graça do artigo definido em francês Le se contrair em um singelo L’ o nome do personagem evoca também L’ employé, ou seja, “o empregado”.
E todas as tiras (páginas) são sobre conseguir trabalho, entrevistas de emprego, entregar currículo,etc. E o mais estranho: são ótimas e não se parecem com Dilbert ou The Office!